terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Galo e Coelho sobem. Raposa estaciona.

As vitórias contra o Villa Nova e contra o Boa Esporte deixaram Atlético e América isolados na ponta do campeonato mineiro, uma vez que o Cruzeiro tropeçou em Patos de Minas, somente empatando com a URT, e com isso perdendo contato com os dois rivais. Interessante que não faz muito tempo, escrevi aqui mesmo neste espaço que a liderança da primeira fase do estadual certamente ficaria com Cruzeiro ou América, uma vez que o Atlético está envolvido com a Libertadores também. Eis que passadas oito rodadas o Atlético é líder isolado e o Cruzeiro é apenas o terceiro. Sem falar que o Atlético usou o time reserva na grande maioria dos jogos. Puxa vida, errei feio! Então fui afogar as mágoas tomando um café na cozinha, e aproveitei para refletir um pouco sobre o futebol, este esporte tão sem lógica. Rodando o elenco, o Atlético manteve praticamente dois times inteiros em atividade. Logicamente quem entra está nas pontas dos cascos, pelo menos na teoria. Já o Cruzeiro pouco mexeu no time. Mano Menezes vem dando sequência aos titulares, encorpando o time para a estreia na Copa Libertadores contra o Huracan, semana que vem no Mineirão. Aí é o oposto do Atlético. Quem entra não acompanha o ritmo dos titulares. E convenhamos, campeonato estadual serve pra isso mesmo. Fazer experiências, botar o elenco todo pra jogar, para na hora que o bicho pegar de verdade o treinador saiba com quem ele pode contar.

Libertadores
A vitória sobre o Defensor em Montevidéu por 2x0 deixou o Atlético numa situação muito confortável. Provavelmente o jogo da volta no Independência amanhã será protocolar, apenas para o Galo carimbar a vaga na fase de grupos. Mas que fique bem claro. Muita coisa precisa ser melhorada. Falhas graves foram cometidas novamente. Individuais e coletivas, e que quase complicaram as coisas no jogo de ida. Uma hora, com um adversário mais qualificado, o caldo pode entornar.
Semana que vem é a estreia do Cruzeiro na competição. No Mineirão, o time encara o Huracan da Argentina. Rival conhecido do torcedor celeste, afinal os dois times se enfrentaram na fase de grupos da Libertadores de 2015. E o Cruzeiro não teve vida fácil não. Perdeu na Argentina por 3x1 e apenas empatou em BH. Lembram quem era o camisa nove do Huracan? Ele mesmo, Ramon Ábila. Hoje os tempos são outros. O time cruzeirense vem de um bicampeonato da Copa do Brasil, e o time argentino não assusta. Mas o próprio Mano Menezes disse que falta um pouco mais de competitividade ao time celeste. E em se tratando de Libertadores, todo cuidado é pouco.

Copa do Brasil
O Coelhão vira a chave e foca na Copa do Brasil, onde enfrenta o Juventude em Caxias do Sul, nesta quinta feira, em jogo único valendo vaga na terceira fase da competição. Se formos olhar o retrospecto recente dos dois times, o América é franco favorito, pois o vice líder do campeonato mineiro ainda não perdeu na temporada. Em contrapartida o time gaúcho está a sete jogos sem vencer dentro de casa, tendo perdido seis jogos e empatado um. O último triunfo no Alfredo Jaconi faz tempo. Foi no dia 26 de outubro do ano passado, pela Série B, 2x1 contra o Sampaio Correia. Mas é Copa do Brasil, é jogo único, e vimos favoritos sendo eliminados ou se classificando na bacia das almas.

Luto no futebol
Perdemos Roberto Avallone para o time do céu. Um dos maiores cronistas esportivos do Brasil agora estará ao lado de Joelmir Beting, Armando Nogueira, Raul Quadros, Luciano do Valle, entre outros. Palmeirense, Avallone não tinha papas na língua. Criou vários bordões, como "no pique", "exclamação", "jornalismo futebol clube", etc. Descanse em paz!

Dica de rock
Bohemian Rhapsody conquistou quatro estatuetas na noite do Oscar no último domingo. Por isso,  minha dica de rock hoje é em homenagem a banda Queen, com a música I Want It All.

Um abraço com muito rock na veia!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Igualdade ruim


O empate sem gols entre América e Cruzeiro foi ruim em todos os aspectos. Tecnicamente, muito por conta do temporal que atingiu a região do Horto, e que atrasou o início da partida em mais de trinta minutos. Taticamente, nada de excepcional. Um jogo de muito contato físico, muita bola esticada e poucas chances de gol. Pelo lado americano, pode até ser levado em conta o fato do time ter feito uma viagem super desgastante no meio de semana, indo até Roraima enfrentar o São Raimundo pela Copa do Brasil. Já no caso do Cruzeiro a cobrança tem que ser maior, pois devido a qualidade do elenco, sabemos que o time pode entregar mais que isso. No final, os dois times morreram abraçados, dando de presente a liderança do campeonato para o Atlético, que na noite anterior batera o Tupi por 2x0, também no Independência.

Falando no Galo, Levir Culpi mais uma vez escalou um time alternativo, preservando os titulares para os jogos da Libertadores contra o Defensor do Uruguai. Sem muito esforço, os reservas fizeram o dever de casa e derrotaram o Tupi, num jogo bem meia boca e que em vários momentos deu sono nas pouco mais de nove mil pessoas que foram ao Independência.

Das sete partidas que fez no campeonato, em quatro o Galo utilizou a turma do estoque. E ainda assim lidera o certame. Sinal de que o time reserva do Atlético é bom? Pelo contrário. Se o time titular ainda não convenceu, que dirá o time B. Isso só escancara o baixo nível técnico do torneio. Não só aqui em Minas, mas também no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro, etc. São Paulo foge um pouco do contexto pelo fato de ter maior poder aquisitivo. Lá os times do interior dão um pouco mais de calor nos times da capital. Mas nada que ameace a supremacia dos grandes clubes.

Sou um grande defensor da extinção dos campeonatos estaduais, pois não consigo enxergar nada de positivo neles. São deficitários, consomem quatro meses do já apertado calendário do futebol brasileiro, e só servem para derrubar técnico de time perdedor e para o torcedor do time campeão zuar o adversário. Mas a zuação só vai até a página dois. Uma semana após o fim do estadual, ninguém mais se lembra do mesmo.

Caos no Rio de Janeiro
A final da Taça Guanabara entre Vasco e Fluminense mostrou ao mundo o quanto estamos atrasados, o quanto somos amadores. Uma briga idiota por lado de torcida no estádio, e que teve como protagonista principal, ou melhor, como vilão o presidente do Fluminense, Pedro Abad, que tratou o assunto como uma verdadeira guerra. Resultado: A justiça determinou que o jogo fosse realizado com portões fechados. O Vasco passa por cima e comercializa ingressos para o seu torcedor, mas recua com receio da multa pesada em caso de descumprimento da ordem judicial. Enquanto a bola rolava dentro do Maracanã, do lado de fora o pau cantava. Uma baderna generalizada. Gente correndo pra todo lado, polícia descendo o sarrafo, um verdadeiro caos. Para fechar com chave de ouro, a justiça liberou a entrada dos torcedores na metade do primeiro tempo. Surreal, bizarro, varzeano.
E tem gente que acha que o 7x1 foi um apagão, que a derrota para a Bélgica foi uma fatalidade.

Dica de rock
Hoje a dica é quente. Rock da pesada, no melhor estilo System of a Down, com a música Toxicity.

Um grande abraço a todos, com muito rock na veia.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

No sufoco, de novo!


Tudo caminhava para uma vitória tranquila do Atlético contra o Danúbio do Uruguai, afinal de contas o time precisou de apenas 27 minutos para abrir 3x0 e praticamente sacramentar a vaga na próxima fase da Libertadores. Fez três gols e poderia ter feito mais, tamanha a disparidade técnica em campo. Mas é incrível a capacidade do Atlético de transformar tranquilidade em drama. Tudo no Atlético é sofrido. Impressionante como esse time vive em sintonia com o sufoco.
Mais uma vez falhas individuais e a fragilidade do sistema defensivo quase botaram tudo a perder. Patrick no melhor estilo Patrick, cometendo um pênalti “infantil” no primeiro gol uruguaio, Victor aceitando um chute defensável e uma pane na retaguarda alvinegra no segundo gol. Ver o Atlético acuado, sem saber o que fazer, tomando um sufoco em casa de um time tecnicamente bem mais fraco acende um sinal de alerta gigante.
Como eu já havia escrito nas redes sociais logo após o término da partida: Uma coisa é agrupar as linhas, fechar espaços, compactar, dar a bola ao adversário sem sofrer. O que vimos no segundo tempo foi um Atlético atordoado, sem capacidade de reação, jogando a base de bolas longas e esticadas. Se quiser almejar algo grande na temporada, tem que melhorar muito!
Vale a liderança
América e Cruzeiro venceram seus compromissos no fim de semana sem muita dificuldade, e vão para o clássico de domingo em alta. Clássico que vale a liderança da competição.
Com o Atlético envolvido com a Copa Libertadores, é muito provável que a liderança ao final da primeira fase fique com um dos dois. E por ter um elenco que está entre os melhores do Brasil, o Cruzeiro é o grande favorito.
Terminar a primeira fase no topo da tabela é muito importante, afinal foi por conta do regulamento que o Cruzeiro foi campeão em 2014 (dois empates por 0x0 contra o Galo) e no ano passado (derrota por 3x1 e vitória por 2x0, também contra o Atlético), porém na maioria das vezes essa “vantagem” foi por água abaixo. Vamos aos números:
Nas últimas quinze edições do campeonato mineiro, em apenas sete o primeiro colocado na primeira fase foi o campeão. Cruzeiro em 2008, 2009, 2011, 2014 e 2018, Atlético em 2012 e 2017. Para endossar esses números, em 2010 e em 2016 o primeiro colocado sequer chegou à decisão do estadual, parando nas semifinais. Ou seja, terminar a primeira fase como líder é importante, mas não é garantia de título.
Vexame canarinho
De seis seleções que disputam a fase final do campeonato sul americano sub-20, quatro garantem vaga no mundial. Ou seja, tem que fazer muita lambança pra ficar de fora. E mais uma vez a seleção brasileira conseguiu essa façanha. O maior campeão sul americano acumula vexames em sequência. Mas por quê isso tem acontecido com frequência? Por quê o Brasil não consegue mais ser protagonista no cenário sul americano? Primeiro, a e escassez de talentos. A muito tempo a seleção não tem o "cara". Vinícius Júnior, que seria esse jogador, não foi cedido pelo Real Madrid. Segundo, rotatividade de técnicos. Ninguém se sustenta no cargo. Rogério Micale, Ney Franco e Carlos Amadeu passaram e não esquentaram o banco. Sem sequência não há trabalho que dê certo. E olha que o campeonato sul americano é cada dois anos. Dá pra fazer um trabalho sólido. Basta querer.
Dica de rock
Hoje a dica vem da Inglaterra. Time, da maior banda de rock de todos os tempos, Pink Floyd.
Um grande abraço com muito rock na veia.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Empate frustrante

Por duas vezes o Galo esteve à frente do placar e por duas a vitória escorreu pelos dedos em Montevidéu, na estreia do time na Libertadores, contra o Danubio.
Ricardo Oliveira confirmou a boa fase e anotou mais dois gols, embora tenha perdido vários. Cazares de novo fez um bom jogo. Parece ter colocado a cabeça no lugar. Em compensação, o setor defensivo do Atlético estava no mundo da lua. Com exceção da dupla de zaga que foi muito segura, o restante foi um desastre. Fábio Santos apoiou bem, mas foi uma avenida defensivamente. Parecia um juvenil no lance do primeiro gol uruguaio. Luan se esforça, mas não tem cacoete de defensor. Patrick dispensa qualquer tipo de comentário. Deve ter um empresário muito bom, porque não sai do time de jeito nenhum.
A tendência é que na semana que vem o Atlético faça o serviço e se classifique sem sustos, mas fica de alerta os erros bizarros cometidos em Montevidéu, que podem minar os objetivos do time na temporada.
Disparidade enorme
O Cruzeiro foi a Nova Lima e passou o trator por cima do Vila Nova. Sem muito esforço, dosando bem o ritmo, a goleada por 3x0 foi construída na maior naturalidade. Foi-se o tempo em que jogar no alçapão do Bonfim tirava o sono de qualquer um. O América mesmo sem jogar bem manteve a ponta da tabela, depois empatar com o Patrocinense. O Galo, mesmo com os suplentes, bateu o Guarani sem suar a camisa. O trio de ferro da capital vai sobrando no campeonato. Até então nenhuma surpresa. É raro um time do interior se meter na festa belorizontina. Caldense em 2015 e Ipatinga em 2010 foram as exceções, e ficaram com o vice.
O que tem chamado a atenção no campeonato desse ano é que a diferença técnica entre os clubes da capital e os clubes do interior ficou ainda maior. Atlético, Cruzeiro e América nadam de braçada contra a concorrência, seja com o time A, B ou C. Em treze jogos contra os times do interior, os grandes de BH venceram nove, marcaram trinta e um gols e sofreram apenas seis. Ou seja, em nada o campeonato estadual agrega tecnicamente.
Sou muito, mas muito a favor do fim dos estaduais, e da criação de mais divisões do campeonato brasileiro, para manter os times do interior em atividade. Todavia esta é uma decisão que afeta diretamente as federações estaduais, que são garantias de votos para o presidente da CBF.
Infelicidade recorrente
Conhecido por seu jeito provocador, Thiago Neves vez ou outra apronta nas redes sociais. Quando é provocação sadia, quando é apenas uma forma de “zoar” o rival, tudo bem. Afinal uma das coisas mais legais e divertidas do futebol é a irreverência. Quem vivenciou os anos 90 vai se lembrar de Túlio Maravilha, Romário, Viola, Paulo Nunes, Edmundo, Renato Gaúcho. Todos reis do marketing e da provocação, mas nunca com falta de respeito.
Thiago Neves foi infeliz, foi insensível, foi irresponsável. Brincou com a dor alheia, com centena de mortos e desaparecidos. Uma postagem cretina, imbecil, de um homem de 33 anos que alegou não imaginar que estava extrapolando, como se fosse uma criança. Talvez uma criança tenha mais bom senso que você Thiago Neves. E o que mais incomoda é a recorrência. Não foi a primeira vez, mas espero de coração que seja a última.
Dica de rock
Hoje é dia de Stairway to Heaven, da banda Led Zeppelin.
Um grande abraço com muito rock!